Irving Penn: Ballet Theatre, New York 1947
Eu sempre me pego pensando a respeito de dom. Algumas pessoas já nascem com o dom para alguma coisa. Você vê que desde pequeno já leva jeito. Como Mozart que aos 5 anos já estava compondo. É incrível, mas acontece.
Na fotografia acontece a mesma coisa. Eu fico muitas vezes pasmada com o trabalho de alguns fotógrafos. O que mais me impressiona é quando o trabalho é simples, sem muita produção, mas de uma construção de imagem tão harmônica, que o trabalho acaba sendo pleno e sincero. É como se o artista conseguisse ver a alma da pessoa ou da imagem e pintá-la com a luz. É muito mais complexo e profundo.
Daí você pensa: "Caramba! Como essa pessoa chegou lá? Qual foi a história dela? Onde ela aprendeu a fazer isso?". E a resposta é muitas vezes algo bem imbecil tipo: "Desde criança eu adorava fotografar, consegui meu primeiro trabalho como fotojornalista e aqui estou." Mas o que decepciona é que isso não é o bastante... a verdade é que tem gente que nasce com o dom para fotografar e desde o início da carreira já faz imagens lindas e inovadoras. Agora, tem gente que não nasceu com essa facilidade. Não estou dizendo que essa pessoa nunca vai chegar lá, mas ela vai ter q ralar e rebolar muito!
Nesta quarta, dia 7/10, morreu Irving Penn. Ele com certeza nasceu para fotografar. Quando eu olho para as fotos dele eu vejo o que mais gosto: simplicidade e honestidade. No Foto Blog que eu escrevo para o portal da MTV, eu fiz um post sobre treinar fotografar pessoas desconhecidas. Postei um video da Wired com o fotógrafo americano Clay Enos, onde ele fala que muitas vezes os fotógrafos acham que para fazer uma foto boa eles têm que iluminar feito loucos. Mas não é bem assim. Muitas vezes você pode usar apenas a luz natural e fazer uma foto fantástica. Irving Penn, que era um verdadeiro mestre em iluminação, muitas vezes usava apenas a luz da janela.
Outra coisa me chama muito a atenção no trabalho dele são suas composições, deslumbrantes. Mestre total!
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