Outro dia me peguei pensando em câmeras digitais, computadores, photoshop, scanners e o quanto essas ferramentas fazem diferença não só na minha vida mas como na vida de muita gente.
Quando entrei na faculdade de fotografia, a palavra era grão, filme, revelação e eu passava horas, tarde e noites inteiras no laboratório PB revelando e ampliando minhas fotos. Eu fazia várias experiências com os negativos. Puxava o índice de exposição para aumentar contraste e brincar com o grão, ampliava deixando pouco tempo no revelador para dar uma atmosfera antiga para a foto, fazia solarizações e até molhava um pincel no revelador e pintava o papel fotográfico nas partes que eu queria revelar (veja foto acima). Naquela época, não muito remota pois estamos falando de 2001, o digital era algo ainda muito distante... Bom, pelo menos era o que a gente pensava na época!
A verdade é que o digital veio atropelando a fotografia. Ele chegou tão rápido que chegou quase a quebrar o mercado. O que antes era feito apenas por fotógrafos profissionais muito bem treinados, passou a ser executado por aspirantes a fotógrafos ou designers que manjavam de photoshop e tinham uma câmera digital nas mãos. E foram estes novos entrantes, com seus orçamentos fora da realidade, que deram com os burros n’água! No final da história as empresas se deram conta que a economia não valia a pena, pois a qualidade fotográfica ficava comprometida.
Mas o digital continuou vindo com força total, demandando atualização e modernização de todo o processo fotográfico. Esquecemos os filmes e passamos a usar o CCD, mudamos o laboratório para dentro do computador, deixamos de fazer máscaras no ampliador para fazermos máscaras no photoshop. E tudo isso veio junto com o aumento da participação das empresas na internet, que hoje virou o melhor meio de anunciar. O número de assinantes de todas as revistas caíram, pois agora podemos ver notícias pela internet de graça, inclusive os jornais da Rede Globo. Tudo, absolutamente tudo, que quisermos saber está no famoso world wide web, desde como montar um câmbio de opala 91 até uma receita de bolo de chocolate.
Acredito que agora o mercado fotográfico está voltando a se estabilizar, fazendo parte deste novo mundo de possibilidades digitais. Eu, particularmente, gosto muito de filme, mas tenho muitos Ilford 100 e 400 estragando na minha geladeira. O meu projeto de usá-los é adiado toda semana... rs, mas deste ano não passa!!
Ouvindo Hateen - Dear Life.... de 2000
Na foto: Koala do Hateen em 2001 no Hangar 110
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